O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) criticou o que classifica de "anarquia" do Congresso Nacional por aumentar vagas para deputados federais sem reduzir o número de vagas de estados que tiveram o encolhimento populacional. Na sua avaliação, a criação de uma nova fórmula para beneficiar os superestados é um claro retrato do "jeitinho brasileiro" de se obter vantagens. 3k366
Na noite da última terça-feira (06), o projeto de lei complementar (PLP) que aumenta de 513 para 531 o número de vagas na Câmara Federal, em razão do crescimento populacional, teve placar de 199 votos contra e 268 votos favoráveis. Agora, o texto será enviado ao Senado. No caso de Mato Grosso, o estado pode ganhar mais duas cadeiras a federal e mais seis para estadual, ou seja, bancadas de 10 e 30 deputados.
Conforme o texto, estados que enconlheram não perderão cadeiras, ou seja, embora encolhidos, manterãos suas respectivas bancadas, provocando uma necessidade "ajustes para cima" dos demais estados. Para o político mato-grossense, é um verdadeiro escárnio: "Eu acho lamentável a decisão da Câmara dos Deputados, em vez de cumprir a lei que determina que os estados que perdem população, perdem bancada, perdem deputados federais. O que eu está ocorrendo em Brasília é rídiculo", disparou.
"Ao invés de cumprir a lei, a determinação que manda que determinado estado que está com a bancada super aumentada, reduza a sua bancada, e os estados que estão aquinhoados com menos bancada do que merecem, recebam esses deputados. Não, estão inventando uma fórmula nova de criar mais vagas da Câmara dos Deputados com custo de quase R$ 2,5 milhões por parlamentar. Isso é muito ruim. O Brasil é o país do não cumprimento da lei e da improvisação. É o meu protesto", completou Júlio Campos.
Segundo ele, se estivesse atuando no Congresso, votaria contra a ampliação de cadeiras conforme a nova fórmula traçada para aumentar o gasto público. "Se eu estivesse em Brasília como deputado, como senador, eu votaria contra essa anarquia, como diz o ditado, de aumentar mais deputados federais sem precisar. Estados Unidos é uma nação que tem 350 milhões de habitantes, tem 500 deputados federais. O Brasil, com 230 milhões de habitantes, já vai para 530. Isso não é brincadeira", reclamou.
Embora crítico a postura do Congresso, considerou positivo a inserção de mais deputados na Assembleia Legislativa. No entendimento do parlamentar, Mato Grosso deve ganhar apenas um federal e três estaduais: "É constitucional e é de lei. Eu acredito que o Mato Grosso ficaria melhor, porque nós teríamos mais um deputado federal em Brasília para conseguir trazer mais recursos".