O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está reunido, na manhã desta quarta-feira (13) com o titular da Defesa, José Múcio, para tratar de cortes de gastos na pasta. n3bv
Mais tarde, está previsto um encontro de Múcio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o mesmo tema. A Defesa está na mira da equipe econômica, que tenta fechar um pacote de corte de gastos para assegurar o cumprimento das metas fiscais dos próximos anos e alcançar credibilidade do mercado.
O Ministério da Defesa possui o quinto maior orçamento da Esplanada, perdendo apenas para pastas ligadas à área social, como Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde e Educação.
Previdência dos Militares
De acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz, da GloboNews, os militares resistem a uma mudança radical no sistema previdenciário deles, mas aceitam mudanças pontuais. Cobram, por outro lado, alterações também em outros sistemas de previdência de carreiras de Estado.
Citam, por exemplo, o Judiciário, que tem um sistema com supersalários e aposentadorias elevadas. Segundo militares, "não é justo que apenas eles contribuam com mais cortes na Previdência".
O presidente Lula, por sua vez, não quer gerar um clima de insatisfação com os militares, depois de um início de governo com relação recheada de crises com a corporação.
Segundo informações da proposta de orçamento de 2025, enviada pelo governo ao Congresso Nacional em agosto deste ano, o déficit projetado para a inatividade militar soma 33,28 bilhões em 2025 e 34,87 bilhões em 2026.
Em 2019, o governo aprovou uma proposta de reforma da Previdência dos militares, com economia de gastos, mas em conjunto também enviou um plano de reestruturação de carreira do setor, que elevou despesas. Em termos líquidos, a economia projetada naquele momento, dois dois projetos, era de R$ 10 bilhões em dez anos.
Gastos com Defesa
Para 2025, o governo indicou, na proposta de orçamento, R$ 133,6 bilhões para o Ministério da Defesa. Esses gastos não incluem pensões dos militares, que estão no Ministério da Previdência.
O texto, encaminhado no fim de agosto ao Congresso Nacional, ainda tem de ser aprovado pelo Legislativo.
Os recursos para o Ministério da Defesa em 2025, que englobam gastos com pessoal do Exército, Marinha e Aeronáutica, superam as dotações, juntas, dos seguintes ministérios:
Transportes: R$ 30,75 bilhões;
Justiça e Segurança Pública: R$ 22 bilhões;
Cidades: R$ 19 bilhões;
Ciência e Tecnologia: R$ 16,7 bilhões;
Agricultura: R$ 10,73 bilhões;
Minas e Energia: R$ 10,17 bilhões;
Desenvolvimento Agrário: R$ 5,85 bilhões;
Relações Exteriores: R$ 5,1 bilhões;
Portos e Aeroportos: R$ 4,16 bilhões;
Meio Ambiente: R$ 4,13 bilhões;
Cultura: R$ 3,97 bilhões;
Direitos Humanos: R$ 475 milhões;
Mulheres: R$ 240 milhões;
Igualdade Racial: R$ 202 milhões;
Somente com o projeto do submarino nuclear brasileiro (junto com seu reator), e a compra dos caças Gripen da Suécia, estão previstos cerca de R$ 2,5 bilhões no próximo ano, dentro do orçamento do Ministério da Defesa.
Missão das forças armadas
Em sua página na internet, o Ministério da Defesa lembra que o Brasil está há quase 150 anos sem se envolver num conflito bélico – à exceção da Segunda Guerra Mundial, ingressando após sofrer agressão das tropas do Eixo. E, por isso, diz que o país tem consolidado sua vocação de país provedor de paz no cenário internacional.