O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), disse que o governo acompanha de perto o impacto das chuvas que atingem o estado na produção agrícola e afirmou que é preciso ter cautela com a previsão de receita oriunda do setor. Esse primeiro trimestre do ano é o período de colheita soja e, posteriormente, da segunda safra de milho. Mas as fortes chuvas registradas em todas as regiões do estado preocupam produtores e autoridades, que temem que a arrecadação estadual seja comprometida. 3b283t

“A economia de Mato Grosso é puxada pelo agro, mas ainda não conseguimos medir as consequências das chuvas na safra de soja. Isso pode impactar no peso e na qualidade dos grãos, afetando a arrecadação. Precisamos manter o equilíbrio para enfrentar essas incertezas e garantir que os investimentos prioritários sejam realizados”, destacou.

Conforme a Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada pela Assembleia Legislativa em dezembro ado, a expectativa de receita do estado é de mais de R$ 36 bilhões. Dependente do agro, o estado teme que um mau resultado do setor prejudique as contas públicas.

“Somos um estado que depende, que tem como principal setor o agronegócio, que tem nele certos riscos. A gente só consegue aferir de fato resultados quando a colheita, quando essa soja está dentro do armazém. É o agronegócio que puxa a economia de Mato Grosso e grande parte da nossa arrecadação, então é sempre uma incerteza até que a safra esteja consolidada. Então vamos aguardar para ver como vai ser a performance dessa safra e aí a gente vai saber um pouco melhor sobre a nossa arrecadação”, disse Fábio Garcia.

Em material divulgado à imprensa nesta semana, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) informou que as chuvas já causam dificuldades de logística e armazenamento, atrasando a colheita.

Conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), até o momento, apenas 1,41% da área plantada foi colhida, o que representa uma queda de 11,41% em relação ao mesmo período da safra anterior. Esse atraso ainda pode compromete a janela ideal para o plantio do milho, podendo gerar ainda mais preocupação aos produtores.

“O ciclo da soja, que chegaria com 110 ou 115 dias pronto para colher, está ando de 125 dias, além do aparecimento de algumas pragas. Isso acarreta em uma grande perda da produção. Essa narrativa de safra recorde não se enquadra para esse momento em Mato Grosso. Temos muitas perdas por grãos ardidos, brotados e pela dificuldade da soja em completar seu ciclo devido à nublosidade”, explicou o diretor istrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol.