O deputado federal Abilio Brunini (PL) acionou a Justiça contra o professor da Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT  e líder do grupo de pesquisa Midiaticus sobre mídia política e democracia, Bruno Araújo.  Ele acusa o profissional de fake news.  4q4d61

Ocorre que Bruno Araújo disse em entrevista a um site local que Abilio  havia feito um gesto da supremacia  branca, uma ideologia que acredita na falsa ideia da superioridade natural do homem branco, representada nos Estados Unidos pela Ku Klux Klan. Na ocasião, o parlamentar  afirma ter feito apenas o sinal do número três.

Em nota, os professores e as professoras do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFMT (PPGCOM/UFMT) manifestam seu apoio e solidariedade ao professor e disse que o profissional tem sido vítima de perseguição política por parte do deputado federal, chamada de lawfare, que é uma conhecida estratégia usada pela extrema-direita para censurar o saudável debate acadêmico e social.

“Na qualidade de pesquisador especialista nos estudos de mídia e populismo, a pedido do veículo de comunicação, o docente Bruno Araújo analisou o suposto significado de um gesto realizado pelo deputado durante a I sobre os Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Brunini, a pretexto de “contar até três” para um vídeo que gravava durante a sessão, fez um gesto conhecido como “ok invertido” que apresenta conotações associadas a movimentos de supremacia branca e de extrema-direita, sendo amplamente condenado por entidades internacionais que lutam contra o discurso de ódio. O fato foi, ainda, largamente comentado pela imprensa nacional e por diversos especialistas, assim como o professor”, diz trecho da nota.

Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. Desta vez, no dia 24 de agosto, Abilio pediu que fosse concedido mais três minutos de fala para o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA), já que a fala dele havia sido interrompida.

A situação ocorreu após Abílio tentar interpelar a fala do colega e ser chamado a atenção pelo presidente da comissão, deputado federal  Arthur Maia (União Brasil-BA) que pediu para que permanecesse calado, ou então,  seria retirado da sessão.

A gravação do gesto de Abílio começou a ser compartilhada nas redes sociais e a bancada da esquerda pediu investigação sobre o gesto.

O parlamentar chegou a registrar boletim de ocorrência na Polícia do Senado Federal solicitando investigação para identificar os responsáveis pela divulgação da imagem na qual aparece sinalizando o número três com a mão.

Abílio alega que após a divulgação da imagem, que classifica como fake news, ou a receber ameaças, até mesmo de violência física, nas redes sociais. Relata também que seus familiares aram a sofrer hostilidades.